municípios, o câncer – outra vez
O IBGE publicou outro levantamento sobre essa célula cancerosa da federação, o município, que vivem de sugar recursos para sustentar a própria máquina des-administrativa e suas mordomias.
Vamos lá:
- só no Brasil que qualquer lugarejo, sede municipal, recebe o pomposo título de cidade. Cidade é aquele lugar com atividade econômica urbana, e não vilas rurais, com 800 pessoas.
- a esmagadora maioria dos municípios tem menos de 50 mil habitantes. 50 mil é um número razoàvelemente elevado, concordo, mas em países muito menores, como a Dinamarca, município precisa ter no mínimo 20 mil habitantes. A Suíça fez uma “limpa” em seus municípios, nos últimos anos – claro, é um país “pobre”. Outros exemplos existem, mas estou agora com preguiça de sair pesquisando. No Brasil, há municípios que sequer superfície têm.
- município não precisa de câmara de “roedores” remunerados. Isso não existe em quase nenhum lugar do mundo. Vereador é como um membro do conselho de um condomínio. Nem salário, nem gabinete com assessores, nem, muito menos, carro oficial. Transporte coletivo é bom para saber a quantas vai a realidade do lugar.
- em alguns estados, mais de 20% das células federativas cancerosas tiveram diminuição da população, ou seja, seus habitantes mudaram-se nos últimos 13 anos para viver em centros urbanos maiores – AL, BA, GO, MG, MT, PB, PR, RO, RS, SC, sendo que média brasileira ficou em 1175 municípios “encolhidos” no total de 5570 “cidades”. Todo o Sul está com excesso de municípios, basta dar uma olhada no mapa e ver quantos fragmentos quase invisíveis há por lá. Bahia, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul têm, cada um, mais de 100 municípios em estágio de retração – populacional e econômica.
- a maioria dessas células cancerosas foi emancipada após 1980, ou seja, depois da implantação da constituição demagógica imposta pelo congresso travestido dos políticos amigos do poeta maranhense;
- lógico que suas excremências recorreram ao judiciário para não perder a mamadeira proporcionada pelo Fundo de Participação dos Municípios. Nenhuma ótóridade lembrou-se de cortar os próprios gastos para se adequar aos recursos disponíveis.
E assim vamos indo.
Lógico que poderia ser pior: poderíamos ter o voto distrital e os famosos burgos podres.
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