Um blogue mal humorado, com aversão ao abominável modismo do "polìticamente correto" (hipòcritamente mal-resolvido). Blogue de um cético convicto, com a própria ortografia.

Posts marcados ‘saúde’

nada pior do que mãe e avó

No mês passado tive um estiramento muscular na coxa, e por conta de má postura, o joelho “bichou”. A tíbia ficou deslocada.
Eu não conseguia nem mesmo dormir, pois o próprio peso do corpo me fazia o joelho (e a perna toda) doer – muito.
Não conseguia nem pegar água no filtro, pois esticar o braço fazia retorcer o corpo todo.

Comecei a fazer fisioterapia.
Ele me deita no chão, faz umas rezas, dá uma benzedeira, pisa em mim com sapatos cheios de pregos, vira a perna pelo avesso, estica o dedão do pé até chegar na orelha.
Melhorei muito.

Agora ele me faz andar na corda bamba, de costas, com venda nos olhos, equilibrando uma garrafa com coquetel molotov acesa na cabeça,
para treinar a postura correta.

Hoje ele me disse:
– nada pior do que mãe e avó, que não deixam as crianças darem cambalhotas.

Agora, velho, tenho de pagar para reaprender os movimentos que perdi ao longo dos anos,
e não sentir dores.

Aguardem: em breve estarei no Cirque du Soleil.

21 de outubro de 2015

No dia anunciado por “De Volta para o Futuro”, vamos ver se valeu a pena termos avançado no tempo:

  • música
  • guerras
  • greves
  • política
  • saúde
  • educação (e “desortografia”)
  • cinema e televisão
  • trânsito e transporte
  • economia
  • empregos
  • vida social
  • violência
  • sociedade fuxiqueira e controladora
  • religião
  • moradias

Quantas mudanças, não é mesmo?

Tudo “melhorou” para pior.

Academias ao ar livre e médicos

Há uns 3 meses, pensei em me inscrever em uma academia de ginástica para não ser o único bípede desplumado que não participa dessa exigência moderna.

Encontrei aqui por perto uma, onde os alunos têm aulas particulares com professores. Nada daquela horda de gente gritando e competindo para ver quem sua mais, ao som gritarias estimuladas pela “professora” e por um pancadão ensurdecedor.

Fui muito bem atendido.
Pediram que eu levasse um atestado médico…. e o médico indicado pela academia recusou-me o atestado, pois minha saúde não é para ser desperdiçada com essa montoeira de exercícios físicos. Que eu continue apenas com o Pilates.

Acho super curioso tudo isso.

Para se ir a uma academia, exigem o atestado de um médico, para se isentarem de possíveis problemas que algum aluno venha a ter no recinto (o que é muito comum, basta ver a sucessão de notícias em sites de jornais que olham um pouco além do próprio umbigo do jornalista sentado em sua mesinha).

Agora, não entendo por que os grandes gênios da política (prefeitos de modo geral), enchem as cidades com essas academias ao ar livre, onde qualquer um vai, mexe naqueles aparelhos sem qualquer supervisão (faz exercícios que podem causar danos à coluna ou musculatura), e sem qualquer exigência de atestado de saúde.

Será que os prefeitos recebem alguma “verba especial” dos fabricantes dessas máquinas? Não duvido.

Por outro lado, acho curioso também que os médicos se preocupam tanto com a saúde dos habitantes, que conseguem, em muitas e muitas cidades, proibir (via câmara de vereadores, a instituição mais abominável que existe nesta rês-púbica plutocrática), que farmácias meçam a pressão das pessoas.
Dizem que isso é para “profissionais qualificados”.

Bem, já fiquei internado em um hospital, e a asquerosa doutora não chegava perto de mim. Do alto de sua sapiência, mandava (com o pior humor que lhe era concedido pelos demônios), que alguma “reles” técnica de enfermagem medisse minha pressão arterial, a temperatura, e todos aqueles procedimentos com que preenchem toneladas de formulários.

E por fim, nas farmácias não é permitido medir a pressão de quem, por alguma razão, sente o mal estar da pressão alta ou baixa,  mas em qualquer site de comércio ou em qualquer biboca, é possível comprar os aparelhos e fazer em casa mesmo o controle, não só da pressão, mas também de diabetes, colesterol, e outros tantos exames de rotina.

A máfia dos homens de branco podia ao menos ter coerência.

Vereadores e prefeitos podiam imiscuir-se menos na vida dos habitantes das cidades.

 

trabalhar ≠ morar

Um parente ontem, ao telefone, disse que não gostou de ter morado em Brasília (quando o Sol ainda girava ao redor da Terra).
A única coisa que tinha para fazer era freqüentar os bares e restaurantes do Lago Sul, com o pessoal com que se relacionava.

Morou?
Quando?
Como?

Ficar durante um ano hospedado em um hotel (com a conta paga pelo empregador) não é viver em um lugar.
Para alguém poder dizer que MOROU em determinada cidade, é preciso que tenha:

procurado uma imobiliária para escolher onde iria morar,
contato com a empresa de distribuidora de eletricidade,
usado o detran local,
pago impostos,
freqüentado super-mercados (ou feiras livres),
contratado empregados domésticos,
utilizado pessoas para fazer reparos na casa/apartamento (vidraceiro, pintor, desentupidor de encanamentos, e também borracheiro, mecânico do carro),
escolhido a escola onde os filhos iam estudar (e cuidar do transporte até lá),
tido necessidade de saber onde fica o posto de saúde mais próximo,
etc., etc., etc..

Se não fez isso, pode ter trabalhado durante um tempo na cidade X,
MAS não morou lá.

Trabalhar em um lugar e morar nesse lugar são coisas diferentes.
Aliás, turismo de longa permanência muito menos é morar.
Algumas pessoas não entenderam isso.

 

Vírus E.T.

Pô, tô malzão.
Peguei uma gripe que parece ébola (proparoxítona).
Dores em todo o corpo, tosse sem parar, a cabeça como um pião rodando, e uma coriza que dá para encher os sistemas Cantareira e Alto Tietê.
Quer?
​Justo agora que eu ia me fantasiar de papai noël para assustar as criancinhas das cumunidadji…
​A tal vacina “contra velhos”, que tomei em abril, aqui no posto de saúde em frente ao prédio, não adiantou muito.

Uma amiga alertou que todo mundo ficando doente e se recuperando nesta região.

os vírus são os ETs que ainda não reconhecemos 🙂

Ébola – palavra proparoxítona

Quando começaram a mencionar a doença, no antigo Zaire, a palavra era proparoxítona (*). De repente, no Brasil, tornou-se paroxítona, sabe-se lá por que motivo, apesar de que os irmãos lusitanos e africanos continuem a usar a forma com acento no É.

Basta ver o cartaz do UNICEF de Guiné-Bissau. Acho que eles têm mais contacto com a doença do que alguns jornalistas brasileiros…

clique para ver a imagem ampliada:

Ébola - palavra proparoxítona

Ébola – palavra proparoxítona

(*) – ebolA, oxítona em francês, mas isso é outra conversa…