Um blogue mal humorado, com aversão ao abominável modismo do "polìticamente correto" (hipòcritamente mal-resolvido). Blogue de um cético convicto, com a própria ortografia.

Posts marcados ‘consumismo’

A bleque fraude e o comportamento inadequado

Nesta semana da bleque fraude, vale a pena ler o artigo de Samy Dana no G1:

Quem nunca gastou e achou que estava economizando?

Afinal de contas, você pode aproveitar e comprar aquele produto de que não estava precisando com desconto de 30% do dobro do preço.

 

 

 

Turistas, outra vez

Nestas semanas lemos algumas notícias esperadas.

  • Turista morre ao se colocar em local proibido próximo a aeroporto, para tirar selfie de avião pousando (ou decolando, tanto faz), em ilha holandesa das Antilhas.
  • Turista derruba obra de arte em efeito dominó, fazendo uma maldita selfie.
  • Turista (passageiro) tem de ser impedido com garrafada na cabeça, porque tentava abrir a porta do avião em pleno vôo!
  • Turistas européias (com acento – faço questão) são esfaqueadas no Mar Vermelho, porque ignoraram o aviso de que o Egito não é mais lugar conveniente para se passear.
  • Turista cai de despenhadeiro.
  • Grupo de turistas é assaltado no no Rio de Janeiro.
  • Turista é esfaqueado no Amazonas.
  • Turistas se perdem em passeio na mata fora de trilha.
  • Grupo de turistas é assaltado em Pernambuco.
  • Turista paulista é morto a tiros em Minas Gerais.
  • Bombeiros procuram corpo de turista que se afogou.
  • Turista alemão é espancado no Pelourinho.
  • etc e tal

Pergunto: para ser turista tem imbecil?

Os ativistas guêis dizem que não se pode dizer homossexualismo, pois o sufixo ismo denota doença.

É verdade! Turismo, socialismo, nazismo, islamismo, petismo, gueizismo, …

Da mesma forma que existe a epidemia da doença das redes sociais, que “obriga” as pessoas a tirarem selfies em lugares turísticos, por mais óbvias que sejam as fotos. Como aquela de fingir que está “segurando” a Torre de Pisa.

Continuando:
essa gente horrível, fedida e encrenqueira que se espalha pelo mundo com o nome de turistas.

  • Pois nesta semana, todos os dias, TODOS, algum tupinambá fez besteira em outro país, e saiu reclamando que a cadeia no aeroporto não era igual a um hotel de cinco estrelas.
  • E olhe que o estrangeiro (sim, tupinambás lá fora são estrangeiros) ia ficar hospedado em um catre no abrigo de moradores de rua, que lhe tinha sido indicado por algum site especializado em turismo “radical”.
  • E aquela gente fedida que foi se sujar na neve reclamou que o aeroporto fechou! Imaginem só, aeroporto fechar por conta de mau tempo! Isso é perseguição contra os queridos tupinambás.
  • Também neste mês, fizeram todo aquele bafafá por conta da falta de passaportes.

Marido de Dona Dulce Maria de Castro Figueiredo, ressuscite e veja.
Lembra que no teu tempo, general, para se tirar passaporte e viajar era necessário pagar uma taxa de mil dólares, reembolsáveis ao longo da vida?

Pois é, hoje em dia tinha de haver uma taxa de 500 mil libras esterlinas cada vez que um tupinambá quisesse ir para outro país.

Sem reembolso!

E no caso de turismo interno, acho que cobrar uma taxa de lixo diária de 4 mil dólares seria conveniente.

Afinal de contas, turistas tupinambás deveriam ser primeiro adestrados em canis da polícia e só depois autorizados a sair por aí.
(Xineis i alemaum também… )   

 

 

ovos de páscoa, de novo

Ouço e leio a mesma lenga-lenga de todos os anos:

os preços dos ovos de páscoa são abusivos!

Não entendo por que a brazucada ainda não aprendeu que essa modinha do chocolate já está superada.

Por que não deixam para comprar esse supérfluo depois que passar o feriado?
Pergunto, outra vez, desde quando ovo de páscoa é chocolate? Já fiz essa pergunta e dei a resposta há dois anos…

Ai, você, ‘miga, você tem medo de perder o status em alguma rede social?

Igualzinho aos que reclamavam do preço do tomate há alguns anos…

O governo merece esse povo.

Aberração

Descobri (ou melhor, comprovei) ontem que sou uma aberração.

Explico:

estava com um grupo de umas 12 pessoas,
e uma delas havia voltado de Buenos Aires.

Onde as coisas estão caras. Muito caras.
Ele comentou que o casal gastou uma média de 500 reais por dia, sem usar táxi, e tendo alugado apartamento pelo Airbnb.
Tiveram despesas com passeios e restaurantes, bàsicamente.

Mas disse também que tinha visto – no freeshop de Ezeiza – aquele abominável dulce de feche por US$ 35,00.  O mesmo que é vendido no super-mercado aqui ao lado por R$ 35,00.
Comentou também que teve de trazer aqueles abomináveis alfajores para dar de presente ao pessoal do trabalho.

Outras pessoas participando da conversa contaram de compras que fizeram em viagens recentes.
Perfumaria, cosméticos, roupas, vinhos, doces, tralhas eletrônicas, sei lá o que mais.

Aí eu vi o quanto sou aberrante.

Quando viajo, no máximo trago dois ou três livros e eventualmente uma peça de roupa, que faltou durante a viagem.
Presentes?
Ué, não me trouxeram nada, por que vou dar para os outros?

Não viajo para comprar tênis (no dia em que os que tenho estragarem em penso em outro par),
já tenho mais roupas do que preciso,
não trago tralhas eletrônicas que ficarão sem uso,
não compro vinhos,
nem entro em lojinhas de “artesanato” (made in China)  dos lugares onde passei.
A última vez que comprei um vidro de perfume foi há uns 8 anos.

Por que sair para compras nas viagens?

Apple, a obsolescência programada

Meu primeiro símbolo de “consumo inteligente” foi um i-pHód.
Quando comprei, o vendedor esclareceu que quando a bateria parasse de funcionar, não haveria modo de trocá-la. Eu teria de trocar o aparelho.
Usei pouquíssimo aquele símbolo de status da classe média coxinha. E o aparelho, inútil, ultrapassado, está atirado em algum canto impenetrável do apartamento.

No trabalho, meu então chefe um dia chegou entusiasmado porque tinha comprado um Mac.

“Um computador que liga quando a gente aperta o botão para ligar, e que desliga quando a gente manda desligar. Não é como aquelas coisas lentas do Guilherme Portões.”

Pouco tempo depois comprei um MacÃo de mesa, aquele negócio deslumbrante, com tela de 100.000 polegadas, e coisa e tal.
Funcionou bem, no início.
À medida que eu colocava mais arquivos, e mais aplicativos e programas eram instalados por necessidade de uso, a máquina ficava um pouco mais lenta.
De qualquer modo, eu tinha de manter o velho computador ao lado, porque os programas da Receita Federal tinham dificuldade para funcionar no sistema operacional da Maçã. Afinal de contas, a maior parte dos informatiqueiros só pensava com cabeça de Janelas.
Por isso mesmo, há sites que difìcilmente são acessíveis pelo navegador Safari – é necessário usar Firefox Mozilla ou Google Chrome.

Algum tempo depois, por conta de tantas viagens, comprei um MacBook, daqueles branquinhos, lindo, que podia ser expandido.

Bem, como já disse o i-pHod tornou-se uma inutilidade.
O MacÃo de vez em quando dava alguns problemas de software. Do tipo expelir sem minha autorização um programa que não tinha sido comprado na loja delas.
Foi ficando mais e mais lento.
Até que um dia resolveu não mais iniciar (aquilo que informatiqueiros enguinorantes traduziram por inicializar).
Pergunta aqui, pesquisa ali, descobri em Brasília algumas autorizadas legítima, daquelas onde os funcionários usam brochezinhos (bottomzinhos com formato de maçã), pois “ténikus ispesssialisadus” há até mesmo no subsolo da padaria aqui ao lado, embora os applemaníacos garantam que isso de “curiosos” só existe com os velhos e antiquados Janelas.

Fui a uma dessas “oficinas”.  Não atende – só faz venda e me indicou o endereço de outra, a alguns muitos quilômetros daqui.
O “téniku” da recepção disse que meu aparelho estava bom, e que certamente tinha mais uns cinco anos de vida útil. Depois de uns dias, porém, lá também me diagnosticaram, por escrito, que era problema no HD, e que não existe mais a peça na tupiniquinlândia, afinal de contas o código de defesa dos consumidores bororos não serve para uma empresa tão prestigiosa (que usa mão de obra escrava na xina), e eles, os diabos da maçã, querem se lixar para o tópico de que nem um produto pode ter a reposição de suas peças descontinuada simplesmente porque outros modelos mais novos surgiram.

Outra autorizada, alguns dias depois, deu-me o mesmo relatório.

O que mais me impressionou nessas lojas/oficinas, nas vezes em que fui consultar, levar, retirar,  foi a quantidade gigantesca de pessoas que, das filas, saem com cara de traseiro mal lavado, como eu, porque o aparelho não tem conserto. Todo tipo de aparelho, é bom salientar – computadores, celulares, tablets, …

Bem, enquanto isso, o “branquinho” começou a falhar. Um dia o som funciona, outro não. Azar o meu se quiser / precisar ouvir alguma coisa no notebook. Não há tecla de controle ou mouse que faça aumentar o volume se o “branquinho” estiver “naqueles dias”.

Eu até tinha chegado a cogitar em comprar um i-phone, já que os deslumbrados dizem maravilhas dessa geringonça (nunca foram às lojas ver a realidade dos que se queixam). Já viram que desisti.

Não ficou por aí, porém.
Saiu esta semana a matéria sobre o “reajuste” dos preços das maçãs. Leia:

Um amigo meu, informatiqueiro, comentou:

14 paus um Mac Book pró?!

Caramba, os notebooks voltaram a ser tão caros quanto eram antigamente!
Não é só isso.

Acabo de ouvir sobre o investimento da épou em tecnologia para automóveis.
Será aquela coisa típica da empresa:
se um pneu furar, tem de comprar outro carro novo, pois o pneu foi projetado para nunca ser substituído, e não há reposição.
Épou é sinônimo de maçã bichada.
Rainha da obsolescência programada.
Vou resolver com aqueles velhos computadores clones, que “curiosos” montavam “nos tempos da pedra polida”, que podiam ser configurados com as necessidades de que os utilizava.
Voltarei a usar software livre, o que já fiz antes de comprar o MacÃo, que agora é uma peça decorativa no escritório.
Viva o Linux!

Direita camundongo

Como escreveram vários autores, existe a esquerda festiva, também dita esquerda caviar, aquela formada por jêntchi dazelite, que vive em cobertura no Leblon, no Ibirapuera, ou em São Bernardo, e que defende as “minorias”, qualifica o Partido Republicano como a quintessência do mal na Terra, diz baixinho que odeia judeus “exploradores” (apesar de serem minoria), é contra qualquer igreja (embora dê o dízimo exigido pelo ParTido ao qual é filiado), e coisas do tipo.

Cabe salientar, contudo, que existe sua contraparte: a direita camundongo. O fulano que, sem ter galgado degraus pela meritocracia, e sem ter sido galardoado pelo “sistema”, define-se como “perseguido” pela esquerda no poder. O típico ser que come mortadela e arrota faisão.

O típico personagem da direita camundongo gosta de se passar por alguém “importante”. Aquele sobrenome vem diretamente do escudeiro de algum barãozinho sem grandeza que morreu em alguma batalha nas Cruzadas. Uma tia-bisavó foi “cortesã” em algum lugar de nome estranho, quase sempre mal pronunciado. A família, da qual ele exibe o brasão, tem uma grande fazenda, de 20 decâmetros quadrados, em algum lugar não muito bem definido do interior, que produz saúva, tiririca e joio, herança de uma das avós.

Um dos tios, ou outro parente nunca apresentado, é importante figura do mundo dos negócios. Não são muito chegados a essas baixarias da política.

Essas relações não são para serem comprovadas, apenas para exibi-las.

O fulano da direita camundongo viaja todos os anos para algum país estrangeiro, utilizando os pontos do cartão de crédito. Insere nas “comunidades sociais” fotos dele e da família na porta de alguma galeria ou museu, e na volta, enquanto almoça no restaurante por quilo, ou vai à noite a uma pizzaria, comenta com os colegas sobre os restaurantes 3 estrelas que visitou durante as férias. Claro, o Guia Michelin não tem 5 estrelas, isso é coisa de hotel; restaurantes têm o máximo de 3 estrelas.

Sem dúvida, volta cheio de comprinhas que fez no exterior, para aproveitar as sales, que por acaso “coincidiram” com sua viagem, e não se inibe em exibir os últimos gadgets que adquiriu. Sempre que pode, insere alguma palavra estrangeira na conversa, para salientar que é “instruído” e está “in”.

Muda com freqüência de endereço, pois nem sempre se lembra de pagar o aluguel. Atualiza o veículo cuidadosamente, afinal de contas é o bem que pode exibir mais fàcilmente.

Em teatros e exposições de arte, encontra conhecidos da esquerda caviar. Apenas cumprimentam-se, e saem para outro lado do salão, para comentar sobre o “tipinho” exibido que acabou de encontrar. Às vezes, porém, compartilham a mesma mesa, para alfinetadas mútuas. Enquanto um declama o que ouviu de Olavo de Carvalho, o outro recita o que decorou do site 247 ou do Paulo Henrique Amorim.

A esquerda caviar prega a igualdade social (para os outros) enquanto a direita camundongo resmunga que é vista com desconfiança em “bons” lugares, onde não recebe a merecida acolhida, logo ela que arca com tantos impostos. .

Sem um e sem o outro, nossa vida, a dos simples mortais, seria muito sem graça.