Um blogue mal humorado, com aversão ao abominável modismo do "polìticamente correto" (hipòcritamente mal-resolvido). Blogue de um cético convicto, com a própria ortografia.

Posts marcados ‘Jon Vox’

Notícias da semana que terminou

Ex-premiê preso por corrupção – lógico que não no Brasil, afinal de contas o último premiê que tivemos foi Hermes Lima, em 1962.

Motociclistas se chocam de frente, durante ultrapassagem em local proibido – será que um deles estava fazendo aquelas manobras de andar no meio dos carros?

Jon Malo Vox faz pose para fotógrafos, cai da bicicleta e precisa colocar pinos no corpo – em breve será mais conhecido por Jon Bono Câncer de Próstata, mas isso é outro assunto, ou não, afinal de contas não estamos no novembro azul?

Não foram anunciados os novos ministros da área econômica

Obama se enrola com projetos contraditórios

Festa em campus universitário registra caso de estupro

Motorista flagrado usando celular, é perseguido pela polícia, bate o carro contra prédio, e este desaba, em Kansas City – apura-se se o edifício foi construído por empresa parceira de Sérgio Naya

Maluca recebe autorização para casar com criminoso em série condenado à prisão perpétua, no caso Charles Manson

Gay é morto na michelândia do Parque Ibirapuera, e comunidade LGBTTÇKYWXMRPQP se revolta contra homofobia

Feministas protestam contra camisa com imagens de mulheres pin-ups, desenhada por mulher

Velhinha morre espancada a pontapés, em assalto de R$ 30,00, e “direitos humanos”, ONGs e OAB não se manifestam contra a paleofobia e a violência

Apurado que empreiteiro tinha conta com algumas dezenas de milhões de dólares no exterior

Ônibus é incendiado.

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Tenho uma ligeira impressão de déjà lu
Nos noticiários, nada se cria, tudo se repete, já dizia Gutembergue.

 

 

Esquerda Caviar

Esquerda Caviar – A hipocrisia dos artistas e intelectuais progressistas no Brasil e no mundo, de Rodrigo Constantino (Editora Record, 2013, 423 p., R$ 42,00) caiu perfeitamente para muitos parentes, amigos, conhecidos e ex-colegas de trabalho. Confesso que eu algumas partes fui ao espelho e fiz um mea culpa.

O livro divide-se em três partes, a primeira das quais muito bem fundamentada, com muitas pensadores de um lado e do outro contrapostos, para que se possa ver com nitidez o quanto são ridículos, sujos, imbecilizantes e outras coisas mais, esses modismos hipócritas da correção política, das “minorias” no domínio da sociedade, e toda a “bondade rousseauniana” das leis que moldam as pessoas em robozinhos.

O capítulo sobre as origens da esquerda caviar, ou liberal limousine (EUA), champagne socialist (Inglaterra), radical chic (Itália), ou simplesmente a velha conhecida “esquerda festiva” dos centros acadêmicos, trata de vinte variantes: oportunismo hipócrita, narcisismo, elite culpada, tédio, histeria, racionalização, preguiça mental, ópio dos intelectuais, alienação, insegurança e covardia, medo, nihilismo, síndrome de Estocolmo, ressentimento, infantilidade, romantismo, desprezo popular, arrogância fatal, sede pelo poder, ignorância. Em seguida, fala sobre o duplipensar, ou seja, alterar o significado de palavras para que elas se encaixem ao pensamento polìticamente correto e hipócrita, e conclui essa primeira parte com o viés da imprensa.

A segunda parte menciona algumas das bandeiras que a esquerda caviar gosta de empunhar: a obsessão anti-americana, o ódio a Israël, o culto ao multiculturalismo (e ao Islã), os pacifistas, o mito Che Guevara, a ilha presídio de Cuba, os melancias (verde por fora e vermelho por dentro), os clichês de justiça social, os preconceitos dos que não têm preconceitos, as minorias, e a juventude utópica.

A terceira parte aborda alguns santos de pau oco, que ganham muito dinheiro às custas de propagandas e campanhas em prol da falsidade, e do escamoteio do estilo de vida desses mesmos santos: Obama, Gandhi, John Lennon, Noam Chomsky, Paul Krugman, Michael Moore, Sting, Al Gore, Peter Singer, John Kerry, Ted Kennedy, Bill Clinton, George Soros, Harrison Ford, Leonardo DiCaprio, Cameron Díaz, Robert Redford, Bread Pizza, Angelina Jolie, George Clooney, Barbra Streisand, Richard Gere, James Cameron, John Travolta, Bruce Springsteen, Oliver Stone, Whoopi Goldberg, Jack Nicholson, Matt Damon, Gérard Depardieu, Ben Affleck, Sean Penn, Bono Malo Vox, Oprah Winfrey, Benicio del Toro, Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Luís Fernando Veríssimo, Wagner Moura, Eduardo Matarazzo Suplicy ex-Smith de Vasconcelos, Chico Alencar, Luciano Huck. Fora isso, muitos outros nomes são assinalados durante as duas partes anteriores, como Gilberto Gil, Fernanda Montenegro,
Desde o início do livro, Rodrigo Constantino salienta que não coloca em xeque o valor artístico das pessoas, mas a contradição entre o que dizem polìticamente e o estilo de vida que levam.

Não dá para concordar com tudo o que Rodrigo Constantino colocou no livro. Falar do Tibete como “vítima” é um tanto quanto “esquerdismo caviar” de muita gente que ignora que a região SEMPRE foi parte do império chinês, que NUNCA foi um país independente, que em 1911 deputados tibetanos fizeram parte da assembléia constituinte republicana chinesa (ou seja, eram parte da China), e que o que deixa o dalai lama indignado não é o domínio chinês, mas a perda do poder feudal que ele e seu clero exerciam sobre 85% da população tibetana que vivia em regime de servidão, para atender 10% de sacerdotes.
Só no finzinho do livro RC lembrou de juntar Mr. Richard Gere e Mr. Tenzin Gyatso no mesmo cesto de artistas festivos, caviarescos e champanhotes.

Interessante a menção final, de luz no fim do túnel, ao citar a mudança de opinião de Ferreira Gullar, enojado com o que seus antigos colegas “socialistas” têm feito nos últimos 90 anos. Um mar de sangue e um sem fim de prisões a quem os contrariar. Pena que o livro tenha sido escrito em 2013, e não tenha tido a oportunidade de incluir o que Eduardo Galeano disse em Brasília sobre “Veias Abertas da América-Latina”:

“Hoje não gostaria de reler o livro. Não me sinto mais ligado a esse livro como era. Quando escrevi, tinha 19, 20 anos. As veias abertas da América Latina tinha de ser um livro de economia política mas eu não tinha o conhecimento necessário para isso. A realidade mudou muito e eu também mudei”.

 

Ruanda

Agora virou mania falar dos 20 anos do massacre em Ruanda.
Dá status de entelequituau a pessoas que comentam: onde estava a ONU? o que fizeram a França e a Bélgica?

Pois eu pergunto:
onde estavam Bono (MALO), Sting, Madonna, e outros grandes nomes do cachê internacional?
Mais ainda: o que fez Bob Geldof, aquele do LiveAid Africa, cuja filhinha SOCIALITE se matou esta semana?

Não lembraram de fazer nenhum showzinho para arrecadar milhões de dólares em nome de ajuda humanitária…
(10% para ajuda a algum grupo de amigos, 90% para os “custos do espetáculo”).

Artista bom é aquele que não faz política.
O resto é picareta.

Quanto à ONU, já disse trilhões de vezes: é o maior cabide de empregos do mundo.