Li há alguns dias, nem me lembro onde, uma matéria escrita por essas peçykólogoas, pedagojkas, ou sei lá que outro tipo de “analistas”, que afirmava que o preconceito se adquire na sociedade, que criança [aquele ser puro e angelical que rousseau (ruçô) e alguns católicos inventaram para maldição da humanidade] não tem preconceitos.
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Falando bom e claro português:
QUE PUTA MENTIRA!
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Fui criança – há muito tempo, bem antes dessa raça de “analistas” começar a pulular em revistas, jornais e programas de rádio.
Lembro de que tinha uns 5 ou 6 anos (na flor da inocência, como diriam essas toupeiras que querem cegar a humanidade), posso afirmar porque aconteceu na casa em que morava naquela época.
Um menino mongolóide (com Síndrome de Down, como se exige dizer hoje em dia) foi passar o dia na casa de algum parente que morava no quarteirão.
Eu me zanguei com ele, na rua, e disse a meu pai, que estava por perto, que o menino era “muito bobo”.
Meu pai foi procurar a mãe do menino, para se desculpar, e na frente dela me deu uma lição de moral (nossa, que horror! assédio contra um dimenó!) para ensinar que o menino não podia ser chamado de bobo, nem nada daquilo que eu tinha dito. Continuou, depois, para explicar que ele tinha nascido com aquela característica e eu tinha de saber que havia diferenças físicas e mentais entre ele e as outras crianças da rua.
Mais tarde, na escola, uns 8 anos, fiz uma piada de mau gosto a respeito de uma colega da classe, que hoje em dia teria de ser chamada de “afrodescendente”.
Meu pai e minha mãe vieram com toneladas de conversas contra aquela minha piada.
Lembro que minha mãe disse: – você pensa que mora nos Estados Unidos? (estava em evidência, na época, a luta contra a política de segregação nos Estados do Sul dos Estados Unidos; isso era mostrado nos noticiários do Repórter Esso).
Pois é, minha mãe era “dona de casa”. Não era “analista” formada nas “melhores” universidades brasileiras de siençazumana.
Ela e meu pai souberam que é de menino que se torce o pepino, para crescer corretamente, e tirar os preconceitos que eu, criança, expunha com naturalidade.
Crianças têm preconceito nato. Cabe à sociedade ensinar que eles não se justificam.
Exatamente o oposto do que dizem os “intelijumentos” da intelligentzia.
O polìticamente correto, ou melhor, a hipocrisia, é a pior forma de lidar com esses temas.