Um blogue mal humorado, com aversão ao abominável modismo do "polìticamente correto" (hipòcritamente mal-resolvido). Blogue de um cético convicto, com a própria ortografia.

Posts marcados ‘imigrante’

a palavra dinamarca

Há uns dias, circulou pelas famosas redes de emburrecimento social um vídeo da TV 2 da dinamarca, que conclama todos a serem amiguinhos e irmãozionhos, e tolerantes com os imigrantezinhos que explodem o mundinho imundinho.
Não repassei porque vomitei em cima do celular e precisei deixá-lo em repouso.
Melhor reler o que coloquei uma vez em meu blog:

https://boppe.wordpress.com/2013/10/24/velhice-na-dinamarca/⁠⁠⁠⁠

e também se informar sobre as maravilhas daquele país tão certinho, pois o
museu nacional da dinamarca decidiu que a palavra “preto” é proibida nas obras que lá estão expostas.

Como o cinismo e a hipocrisia não fazem parte de minha índole,
e seguindo os mais estritos parâmetros da reciprocidade,
a palavra marca dos daneses está proibida aqui em casa.

Quem já morou lá, sempre fala mal daquele país de gente mais falsa do que cédula de US$ 3,64, emitida pelo Federal Bank of Nigeria.
Falsos, chatos e desonestos com os inquilinos.

Turistas: por favor atenham-se à sua mediocridade de quem ficou em hotel ou usou air bnb e nunca enfrentou a realidade do quotidiano.

Dinamarca, atenha-se aos butter cookies e ao Lego.

Para quem se arreganhou com sorrisos para os nazistas durante a II Guerra, o cinismo de vocês ultrapassou minha tolerância.

Penso que lugares onde chove 489 dias por ano, e onde as pessoas precisam aproveitar ao máximo os 5 minutos de sol que ocorre a cada década, devem mesmo ser muito chata a vida, por isso se preocupam em defecar regras para todos.
Cuidem de seus preconceitos, loiros aguados!

imigrantes no México

que ironia…

 

 

 

 

a alemoa da Stasi

Sempre me declarei contra a política “multikulti” alemã (tentativa de se redimir do que fez na década de 1940), e sempre apontei que a alemoa da Stasi é uma quinta-coluna infiltrada no mundo ocidental, preocupada apenas com a expansão para o leste, que acabou destruindo a sonhada união européia.

Agora que diàriamente temos notícias sobre atentados na Alemanha e na França (mal conduzida por um socialistazinho que paga uma baba gigantesca para o cabeleireiro – com dinheiro público, é claro), será que o mundo começa a se dar conta de que a política da hipocrisia polìticamente incorreta está levando à destruição do que conhecemos como civilização?

Já sei, esses grandes líderes – inclusive os da América do Norte – são apenas sifilizados. Na origem e na formação.

Meus avós e bisavós vieram de diferentes partes do mundo para viver no Brasil. Integraram-se, não viveram em guetos e castas. Filhos e netos, inclusive, casaram “fora da comunidade”.  Já esses multikultis querem o oposto: quanto mais rótulos melhor (para eles).

 

la France, esse país da segunda divisão, preso ao passado…

Um amigo me enviou o link com a entrevista que o ex-embaixador brasileiro em Paris deu ao jornal Meia-Noite.

Acho a melhor coisa que já li, vi e ouvi, nestes últimos dias, a respeito do que tem ocorrido por aquele país que, dentre outras coisas, colonizou o Haiti, o Congo, a Guiné, Burkina, etc..

Voici le texte:
por Luiz Antônio Araujo

Marcos Azambuja: “A França precisa analisar a relação com os imigrantes”

Embaixador do Brasil em Paris De 1997 a 2003, fala sobre a comoção causada pelos ataques iniciados na quarta-feira com o massacre na revista Charlie Hebdo e adjacências

A experiência ensinou ao embaixador aposentado Marcos Azambuja que os problemas surgem aos finais de semana. E foi às vésperas de mais um, às 21h35min de sexta-feira, que ele se dispôs a atender o telefone de sua residência, no Rio de Janeiro, para discorrer a pedido de ZH sobre uma crise que lhe é familiar: a comoção causada pelos ataques iniciados na quarta-feira com o massacre na redação da revista francesa Charlie Hebdo e adjacências.

De 1997 a 2003, Azambuja foi embaixador do Brasil em Paris e cumpriu expediente na sede da representação, no Huitième Arrondissement (8º Distrito), na margem direita do Rio Sena, não longe de onde o turbilhão se iniciou.

– A França está em choque. A recuperação levará tempo – afirmou.

A seguir, uma síntese da entrevista.

Como o senhor explica os acontecimentos da França de 7 a 9 de janeiro?
A França foi um país que, durante séculos, recebeu muitas correntes migratórias. Mas quase todas tinham a aspiração de se tornar francesas – pela língua, pela cultura, pela adesão às ideias republicanas e laicas que fazem o espírito da sociedade francesa. O problema com a grande imigração islâmica é que não vem acompanhada desse desejo de adesão inteira a esses valores franceses, e sim de se oferecer como uma civilização e uma cultura alternativas.

Qual o impacto desse fenômeno entre os franceses?
A França não tem o temperamento de aceitar com naturalidade essa diversidade de aproximações. A França tende a ser convicta de que o seu modelo é aquele ao qual os outros devem aderir e que estar no país deve implicar a aceitação de seus valores. A Grã-Bretanha é muito mais flexível, assim como os Estados Unidos e também o Brasil, de certa maneira. São lugares em que os outros podem existir sem ter de aderir a um ideário nacional. O grande problema que temos hoje na França é que grande parte desses imigrantes muçulmanos – veja, o problema não é ser árabe, e sim a ideia do Islã como religião, como cultura, como matriz de pensamento – vivem um choque entre a visão republicana e laica e a sua própria visão religiosa.

A polêmica sobre o uso do véu, que ocorreu há alguns anos, é um exemplo disso?
Houve essa polêmica grande sobre o uso do véu nas ruas e de indumentária islâmica nas escolas porque, de um ponto de vista republicano e laico, ninguém deveria esconder seu rosto. Há um choque intrínseco entre a maneira de ser francesa e a visão islâmica. E isso é uma coisa complicadíssima. E eles são mais numerosos como imigrantes e formam bolsões de pobreza. A França não é brilhante na absorção desse tipo de imigrante. Ela não encontra um espaço natural para eles. Outra coisa é que quase todos vêm do Oriente Médio, que é o lugar mais complicado do mundo. Há dias, eu revi a agenda da primeira reunião a que compareci nas Nações Unidas – eu era rapazola, foi em 1960. Todos os assuntos foram resolvidos: a Guerra Fria, o apartheid, o colonialismo acabaram. A única coisa que não se resolveu é o conjunto dos problemas do Oriente Médio, que não apenas não se resolvem como ficam mais complicados. Esses problemas afloram na França agora, com a reivindicação do Islã por um papel maior, o conflito árabe-israelense e outros.

Existiram na França, porém, gerações de imigrantes árabes que não apenas se integraram como levaram esses ideais para as colônias e protagonizaram mudanças. Foi o caso dos líderes da Revolução Argelina, por exemplo, que eram laicos e socialistas.
Os argelinos, marroquinos e tunisianos são menos árabes e mais berberes. São o Ocidente do mundo árabe. Sobretudo naquele momento, a questão de Israel não era decisiva. O que era decisivo era a independência, a autonomia, a emancipação política. Esses imigrantes do Magreb foram absorvidos com um relativo sucesso. O problema é que, depois, a questão do Islã como afirmação nacional e o antagonismo Israel-árabes – os terroristas atacaram na sexta-feira uma loja de produtos kosher em Paris – constituiu um novo ingrediente na mistura. Existe uma rejeição à ideia de que a França representa uma ponta de lança no Oriente Médio. Os muçulmanos mais modernos do Irã e da Turquia voltaram atrás e estão se tornando mais conservadores, mais islâmicos. Houve um recrudescimento – não de uma sociedade que vai ficando cada vez mais laica, mas que retornou a uma certa matriz mais severa e mais religiosa. Outro problema foi o fracasso da Primavera Árabe, que gerou expectativas não cumpridas. E, finalmente, a imigração árabe na França não foi capaz de produzir uma absorção nos níveis mais altos da sociedade. Deputados, senadores, acadêmicos que têm origem no mundo islâmico são irrisórios. A França continua privilegiando as elites que vêm de suas grandes escolas. E a maioria dos árabes não se qualifica para jogar no primeiro time. A França não tem flexibilidade de absorver o diferente. A França hierarquiza em torno, se você quiser, dela mesma.

A crise começou com um ataque à revista satírica Charlie Hebdo, caracterizada por um humor que muitas vezes toma como tema questões religiosas, não apenas do Islã, mas também do cristianismo e do judaísmo. Muitos questionam, mesmo na França, o tipo de humor de Charlie Hebdo. Como o senhor analisa o papel particular dessa linha editorial da revista nos acontecimentos?
Na atitude da Charlie Hebdo e de outras publicações francesas, como o Canard Enchainé, há um humor em torno da religião que me parece duvidoso. Não acho muita graça nele. Esse humor recorre inclusive a uma certa estereotipação. Se você observar a maneira como os árabes são mostrados nessas publicações, eles têm as mesmas características das caricaturas raciais feitas antes sobre os judeus: são sujeitos com barbas longas, nariz adunco, turbantes. Continua a haver uma estereotipação com a qual eu não simpatizo. Que os árabes não gostem disso, compreendo inteiramente. O problema foi a perpetração de um ato criminoso que resultou na morte de 12 pessoas.

Como o senhor interpreta esse ato?
Isso tira a questão do campo do debate intelectual para colocá-la no terreno da criminalidade. Se os franceses árabes estivessem indignados com a ironia em relação a Maomé e fizessem uma manifestação, eu entenderia perfeitamente. O problema é que fomos confrontados com um ato de violência inaceitável. Não estou querendo incorrer num hábito muito francês de discutir tudo isso em termos intelectuais. Este é o momento de haver apenas repúdio a um ato de violência. Se não, começamos a ficar desde já muito inteligentes sobre isso. O meu medo, na França, é que a inteligência ande tão depressa que substitua a indignação.

O senhor refere-se aos hábitos intelectuais franceses, e a esse respeito não se pode deixar de notar que pensadores como Éric Zemmour pregam a islamofobia de maneira aberta – o primeiro chega a sugerir deportação em massa.
A ideia de deportação é um espasmo. A França precisa dos imigrantes. O jogo de imigração presta-se a uma duplicidade. É dito que os árabes vão ocupar a terra e se beneficiar, mas eles estão cumprindo funções de trabalho que, na França, ninguém mais quer fazer. E a França tem hoje taxas de natalidade tão baixas que, sem a imigração, começará a murchar demograficamente. Não há viabilidade, nem o mundo de hoje permitiria que você pusesse pessoas num navio e mandasse de volta sabe-se lá para onde, sobretudo nessa conturbação que é o Oriente Médio.

O que representa esse discurso?
Isso é mais uma expressão de mau humor, de frustração e de irritação do que um caminho viável. O que é preciso fazer é encontrar uma forma de acomodar a diversidade dentro da laicidade e do republicanismo. Quando se vai à Grã-Bretanha, você pode falar inglês com 200 sotaques: canadense, australiano, neozelandês, sul-africano, nigeriano – tudo é inglês. Mas se você fala francês com algum sotaque, eles acham que você é um primitivo. A França se coloca no topo de uma pirâmide do saber e hierarquiza para baixo. E as pessoas não gostam de ser colocadas nisso.

Existe também exploração política a respeito dos acontecimentos. Na manifestação deste domingo, por exemplo, muitos não desejam a presença da Frente Nacional (FN), partido francamente xenófobo e racista. Como o senhor vê essa dimensão?
Não há como excluir a FN. Como partido, a FN é cada vez mais importante – Marine Le Pen (presidente da FN) é uma das figuras com condições a aspirar o cargo de primeiro-ministro. Você não pode excluir. Será preciso dizer: estamos reunidos nesta manifestação não por estarmos de acordo em tudo.

O que uniria os grupos?
O fato de estarem reunidos para repudiar a violência. Ou seja, você encapsula a solidariedade a um aspecto, sem aderir aos demais. Mas é muito difícil. A França está vivendo um momento muito complicado. Ao erigir seus valores em um corolário universal, ficou presa em uma camisa de força intelectual, ideológica e comportamental. Se você não estiver enquadrado naquele rigor metodológico e linguístico e na própria técnica de apresentação das ideias, você é visto como bárbaro. O francês já foi uma língua de comunicação mundial. Hoje, é uma língua de cultura, estudada por grupos de pessoas. Há uma perda de espaço intelectual e de prestígio com a qual têm dificuldade de se conciliar. Estamos no momento de repudiar a violência dos ataques. Haverá tempo para discutir todas as complexidades. Pessoas foram mortas de uma maneira que você não pode coonestar.

É possível aos outros grupos políticos aceitar a participação da Frente Nacional na manifestação então?
Churchill (Winston Churchill, primeiro-ministro britânico de 1940 a 1945 e 1951 a 1955) tinha horror à União Soviética, e Roosevelt (Franklin Roosevelt, presidente americano de 1933 a 1945) não menos. E todos fizeram causa comum contra o nazismo. Não se estará aderindo ao ideário da Frente Nacional, mas simplesmente repudiando com toda a convicção os assassinatos. Matar aquelas 12 pessoas e depois outras tantas não é aceitável. Se alguém se junta a você nesse repúdio, será, como dizem os ingleses, fellow traveler (companheiro de viagem). As alianças são feitas conjunturalmente e para fins específicos.

Se a França se unir no domingo em torno de uma atitude negativa – o repúdio à violência –, qual será a atitude positiva capaz de manter essa união na segunda-feira?
Na segunda-feira, a França estará ainda traumatizada. As ondas de choque do que ocorreu desde quarta-feira vão durar mais tempo. A França terá um período de reavaliação de sua política interna, de seus valores, de sua relação com os imigrantes. Não é só o imigrante islâmico. Há os africanos, com os quais há uma relação menos tensa. Deverá haver um processo muito grande de autocrítica e de revisão de valores. É preciso perguntar: se num mundo tão diverso e cosmopolita, a França pode se manter tão exclusivamente francesa?

A França tem uma visão equivocada sobre seu papel no mundo hoje?
O país tem ainda uma ideia de seu papel no mundo que não corresponde mais à realidade: a ideia de o brilho, o éclan de sua civilização ainda têm efeito. Trata-se hoje de uma potência europeia sem papel maior sobre o mundo e com dificuldade de se acomodar a isso. Na União Europeia, a Alemanha tem hoje um papel militar e político muito maior. A Grã-Bretanha continua sendo um grande ator, por meio de sua relação imperial e atlântica com os Estados Unidos. A França é hoje uma potência média e tem dificuldade de se ajustar a isso em razão de sua ideia datada de grandeza passada.

O país está amarrado ao seu passado?
Na França, o passado ocupa um espaço excessivo. Napoleão, Luís XIV,  Foch, De Gaulle – todos têm espaço demais. Há uma presença do passado maior do que seria adequado. No momento, o meu medo é que a reação seja mais simples, que seja de retaliação, de caça às bruxas, de procura de culpados, de insegurança social. Os imigrantes foram varridos para as banlieues, os subúrbios. E não é uma presença estatisticamente insignificante. É uma presença imensa e crescente. Não sei como vão começar o reexame. Tenho a impressão de que François Hollande (atual presidente) não é o homem para isso. Ele pode administrar um país que sai de uma crise. Mas esse reexame exige grandeza, algo encontrável em um tipo de estadista que não creio que Hollande seja. A França está, no momento, despreparada para enfrentar esse tipo de desafio. Eles precisarão de um pouco mais de tempo. Até porque tenho a impressão de que não se esgotou o processo de violência.

Para o senhor, haverá mais atentados?
Sim. Haverá mortes aqui e acolá. Não vejo isso se esgotando completamente, e sim se prolongando um pouco no tempo. Há um outro problema que merece reflexão. A mobilidade das pessoas no mundo global exige um exame multilateral. As organizações internacionais como a ONU, a União Europeia e outras devem se reunir para discutir como administrar esse problema. Não são 2%, 3% da população – são proporções muito grandes que se deslocam. Creio que temos pano para manga. E não acho que esse episódio esteja esgotado. O primeiro round foi vivido, mas creio que teremos ainda repercussões nas próximas semanas.

Fascista é a vó

O rótulo de fascista, usado e desperdiçado pelos “democratas” e pelos “socialistas” contra seus opositores, cai no ridículo.

Matéria na BBC com o título Os fascistas estão voltando à França?      mostra um pouco desse conceito invertido.

O Front National, diz a matéria, tem origem na direita católica e monarquista que nunca aceitou a república.

Os franceses sabem que seu modelo econômico está fracassando. O pessimismo está em alta. Trabalhadores estão sem emprego. Negócios estão fechados suas portas, engolidos por taxas e regulamentações.
A resposta do FN é essencialmente a mesma da extrema direita – a Europa foi tomada por forças liberais e capitalistas.

Isso não é fascismo, o regime de Mussolini (e Getúlio Vargas) que se consolidou com as políticas “trabalhistas” de salário mínimo, de sindicatos únicos controlados pela pelegada, e outros tipos de corporações (guildas medievais) ligadas às profissões “liberais” (advogados, engenheiros, médicos, etc.).
Como esses princípios verdadeiramente fascistas foram adotados e repetidos pela “esquerda”, o uso da palavra para os capitalistas liberais é um contra-senso.

Extrema direita seria, como a própria definição da BBC, o “capitalismo selvagem”, e não o capitalismo gerenciado até o último grau pelos governos e seus apaniguados (aquele que, não raras vezes, é visto como alívio para as “federações de indústria” do Brasil).

Quanto ao controle da imigração, pergunto o que fez oba-oba com relação à promessa de campanha política, de “anistia” aos imigrantes ilegais.
Nunca antes na história daquele país tantas pessoas foram deportadas como no atual “período democrata”.

 

Desenvolvimento

A notícia de que uma mulher foi apedrejada por parentes, no Paquistão (*), por ter se casado com um homem que não era o escolhido pela família, veio ao encontro do que, na semana passada, durante o almoço, um amigo e eu havíamos conversado sobre o “desenvolvimento” da humanidade.
Entre aspas, sim, pois a todo tempo temos provas e comprovações de que as sociedades não evoluem. Passam temporadas em ascensão e muitas outras em estagnação ou declínio.
Durante a Idade Média, que é (muito mal) rotulada por muitos como um período de trevas, havia mais liberdade, por exemplo, do que durante a maior parte da Idade “Moderna”.
Hoje em dia (século XXI) vive-se com mais denuncismo e hipocrisia do que durante a era vitoriana (século XIX).
Como? Que absurdo!
Será mesmo absurdo…?

Bem, nem tudo é generalista.
Contudo, até 1100, judeus e muçulmanos conviviam harmoniosamente na Andaluzia e em outras regiões, como Bagdá. Filósofos e matemáticos de ambos os grupos trocavam idéias e informações, estudavam os que lhes haviam antecedido na Grécia Clássica, 1400 anos antes. Surgiram então grupos radicais, ao estilo dos atuais talibãs, que dominaram o Norte da África e o Sul da Espanha, com perseguições, conversões forçadas de judeus e de cristãos, com execuções, proibição de estudo às mulheres. Movimentos similares surgiram no Oriente Médio. Isso não era a política islâmica até então.
1150 = 1980

Hoje em dia, com o “avanço da extrema-direita” na Europa, o que se observa é que ele é apenas uma reação – normal, até certo ponto – de uma ocupação social por imigrantes com outros costumes, outra religião, e outras vestimentas.
A tal política “multiculturalista”, promovida sobretudo na Alemanha que sempre sofrerá do problema da culpa do Holocausto, foi um rotundo e reconhecido fracasso, que hoje em dia não se sabe por onde começar a desmontar. Alemanha, com sua culpa do Holocausto, e França, com a culpa dos “colaboracionistas”.
[Aliás, é exatamente de reação que vem a palavra reacionário – a toda ação corresponde uma reação – lei da física que não pode ser revogada por políticos ou pensadores.]

Do mesmo modo, no Brasil, ouso dizer que o aumento dos “crimes de homofobia” são uma reação de “maiorias” contra o excesso de paradas gays, ou de carnaval fora de época, se preferirem, e das agitações promovidas por um movimento que fala tanto em inclusão social, das “minorias” que às vezes esquecem de respeitar quem está ao lado.
Bom não esquecer que os dados registram que “nunca antes na história deste país” foram cometidos tantos assassinatos – quaisquer que fossem suas formas, seus motivos, e locais.

Interessante que recentemente, surgiram vários artigos sobre a sistemática perseguição (e eliminação) que castro-guevaristas faziam contra homossexuais em Cuba. E, por que também não dizer, no Brasil?, onde na década de 1970 era a “esquerda” que obrigava homossexuais a trancar-se no armário. Nem vou buscar links para ilustrar essas afirmações, abundantes na internet. Durante o período militar, homossexuais “de direta” não se escondiam, enquanto que os “da esquerda” tinham de “manter as aparências” para os companheiros ideológicos.

Aliás, um parênteses: a turma que obteve a regularização do casamento gay é a mesma que, na década de 1960/1970, anunciava que o casamento era uma instituição falida. Como instituição até pode ser, mas quando os benefícios econômico-financeiros falaram mais alto, foi nela que os casais homossexuais buscaram refúgio.

Só podemos observar que muito retrocesso ainda teremos pela frente, ainda mais que quem finge estudar històrinhas nas faculdades está longe de ver História com olhos que não sejam os dos rótulos, preocupados apenas com teorias econômicas.
Como diria George Santayana, uma humanidade que não aprende com seus fracassos, e quer a todo instante reinventar a roda, será obrigada a muitos mais atos de selvageria.
Um dia essa espécie de sarna incrustrada na epiderme do planeta sofrerá as conseqüências, e serão mais surpreendentes do que as piores teorias da conspiração feitas por eco-terroristas.

RESUMO DA ÓPERA: o desenvolvimento não é algo que caminhe linearmente – vai aos trancos e barrancos, e muitas voltas retorna ao estágio anterior. Além disso, desenvolvimento tecnológico e material não é sinônimo de desenvolvimento moral, humano, social, e muito menos psicológico.

(*) Paquistão, um daqueles paisinhos esquecidos, que têm armas nucleares.